A Arca de Noé
Era uma vez, há muito, muito tempo, em um mundo cheio de pessoas, uma coisa muito importante aconteceu. Aconteceu que as pessoas estavam fazendo muitas coisas erradas. Sabe, coisas que não deixavam ninguém feliz, como brigar, não compartilhar e até esquecer de cuidar umas das outras. Deus, que vê e ama a todos, ficou muito, muito triste com tudo aquilo. Ele via que a maldade estava crescendo e que o coração das pessoas estava ficando cada vez mais cheio de coisas ruins.
Mas no meio de tanta gente, havia um homem especial. O nome dele era Noé. Ah, Noé! Ele era diferente. Noé amava a Deus de todo o coração. Ele era um homem bom, que sempre tentava fazer o certo, mesmo quando ninguém mais fazia. Ele e sua família eram pessoas justas, que se importavam com os outros e com o que era certo. Deus olhava para Noé e via um coração puro, cheio de bondade e fé.
Um dia, Deus chamou Noé. “Noé!”, disse Deus. “Eu vejo que as pessoas estão fazendo muitas coisas ruins, e eu vou ter que limpar tudo isso. Vai chover muito, muito, muito mesmo, tanto que a água vai cobrir a terra inteira.” Noé deve ter ficado com os olhos arregalados! Imagina só, chuva cobrindo a terra? Parecia impossível! Mas Noé confiava em Deus. Ele sabia que Deus sempre falava a verdade e que tinha um plano.
Então Deus deu a Noé uma tarefa muito especial e diferente de tudo o que ele já tinha feito antes. “Noé”, continuou Deus, “você vai construir um barco enorme! Um barco tão grande que vai se chamar Arca.” Noé não era um construtor de barcos. Ele era um fazendeiro, cuidava de suas terras e seus animais. Mas ele ouviu com atenção cada detalhe que Deus estava dando.
Deus explicou tudo direitinho: como a Arca deveria ser feita, de que madeira usar, como seriam os cômodos lá dentro e até como impermeabilizar (que é como passar uma cola especial para não entrar água). A Arca deveria ser muito, muito grande. Tinha que ser comprida como três campos de futebol juntos e alta como um prédio de três andares. E o mais importante: ela teria uma porta e uma janela bem no alto.
Noé não pensou duas vezes. Ele sabia que Deus estava pedindo algo muito importante. Então, ele e sua família começaram a trabalhar. Ah, que trabalho! As pessoas da cidade devem ter achado Noé um pouco maluquinho. “O que você está construindo, Noé?”, perguntavam elas, rindo. “Um barco no meio da terra? Não tem nenhum rio por perto! E por que tão grande?”
Noé, com um sorriso gentil, tentava explicar: “Deus vai mandar uma grande chuva. Esta Arca vai nos salvar!” Mas as pessoas apenas balançavam a cabeça e voltavam a fazer suas coisas, sem dar ouvidos. Elas não acreditavam em Noé. Elas preferiam continuar fazendo o que queriam, sem se importar com a bondade ou com os avisos de Deus.
Dia após dia, Noé e seus filhos cortavam a madeira, martelavam, serravam e trabalhavam duro. Sol a sol, a Arca ia crescendo. Era uma construção enorme, e o cheiro de madeira nova enchia o ar. Eles não paravam, pois sabiam que estavam fazendo a vontade de Deus. A família de Noé, sua esposa, seus três filhos (Sem, Cam e Jafé) e as esposas deles, ajudavam em tudo o que podiam. Eles formavam uma equipe unida, cheia de fé e confiança.
Quando a Arca ficou pronta, Deus falou com Noé novamente. “Agora, Noé, chegou a hora! Pegue sua família e entrem na Arca.” E então, algo ainda mais mágico aconteceu! Deus mandou que os animais viessem até a Arca!
Você consegue imaginar? De todas as partes da terra, os animais começaram a vir, de dois em dois, um casal de cada espécie! Grandes e pequenos, peludos e com penas, rastejantes e saltitantes.
Chegaram leões e leas, elefantes e elefantas, girafas e girafas, macacos e macacas, zebras e zebras, pássaros de todas as cores, cachorros, gatos e até os bichinhos menores como formigas e borboletas. Eles vinham marchando, rastejando, voando, aos pares, em uma fila enorme e organizada. Deus cuidava de tudo para que eles chegassem em segurança. Noé e sua família os ajudavam a entrar, organizando os animais em seus lugares dentro da Arca, que era realmente espaçosa!
Eles levaram muita comida e água para a longa viagem que teriam pela frente. A Arca estava cheia de sons de animais: o rugido do leão, o pio do passarinho, o balido da ovelha, o som da tromba do elefante. Era uma algazarra de sons e cheiros, mas tudo em ordem, sob o cuidado de Noé.
Quando todos estavam dentro – Noé, sua família e todos os animais –, Deus fechou a porta da Arca por fora. Não era Noé quem fechava, era Deus! Isso mostrava que a proteção vinha Dele. Lá fora, o céu começou a escurecer. O vento começou a soprar forte, e as primeiras gotas de chuva caíram.
E então, choveu. Choveu por quarenta dias e quarenta noites sem parar! A água subia, subia e subia. A Arca, que Noé havia construído com tanto carinho e obediência, começou a flutuar. Ela balançava suavemente na água, enquanto o mundo lá fora era transformado pela chuva. As pessoas que antes zombavam de Noé agora percebiam o quanto ele estava certo. Mas era tarde.
Dentro da Arca, todos estavam seguros. Os animais se aninhavam, e a família de Noé cuidava de cada um deles, alimentando-os e limpando seus espaços. Eles ouviam o som da chuva lá fora, mas sentiam a paz de estarem protegidos por Deus.
Depois de quarenta dias e quarenta noites de chuva, finalmente, a chuva parou. O sol começou a aparecer, e as águas começaram a baixar, bem devagar. A Arca flutuou por muitos dias mais até que, um dia, ela parou em um lugar. Ela havia pousado no topo de uma montanha, chamada Monte Ararate.
Noé esperou um pouco mais, para ter certeza de que a terra estava seca. Ele enviou um corvo, mas o corvo voltou. Depois, ele soltou uma pomba. A pombinha voou, mas não encontrou lugar para pousar e voltou para a Arca. Noé esperou mais sete dias e soltou a pomba novamente. Desta vez, a pomba voltou com uma pequena folhinha de oliveira no bico! Que alegria! Isso significava que as águas estavam baixando e que as plantas estavam começando a crescer novamente.
Noé esperou mais sete dias e soltou a pomba pela terceira vez. E dessa vez, a pombinha não voltou! Isso significava que ela havia encontrado um lugar seguro para viver, e que a terra estava seca o suficiente para todos saírem.
Então, Deus disse a Noé para abrir a porta da Arca. E um por um, a família de Noé e todos os animais saíram da Arca, pisando em terra seca novamente! O ar fresco encheu seus pulmões, e o sol brilhou sobre eles. Os animais correram e pularam, felizes por estarem livres e seguros.
Noé, cheio de gratidão, construiu um altar para agradecer a Deus por ter cuidado deles e por ter cumprido Sua promessa. E Deus, em Sua infinita bondade, fez uma promessa muito especial a Noé e a todos nós.
Ele colocou um lindo arco-íris no céu! As cores vibrantes do arco-íris – vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta – apareceram, e Deus disse: “Este arco-íris é um sinal da minha promessa. Eu nunca mais vou destruir a terra com um dilúvio de águas. Sempre que o arco-íris aparecer no céu, lembrem-se da minha promessa e do meu amor.”
E assim, Noé e sua família recomeçaram suas vidas em uma terra nova e limpa. Eles se tornaram os pais de todas as pessoas que vivem na terra hoje. A história de Noé nos ensina muitas coisas importantes: sobre obediência a Deus, mesmo quando parece difícil; sobre ter fé em Suas promessas, mesmo quando não entendemos tudo; e sobre a esperança de um novo começo, porque Deus é sempre bom e fiel. E o arco-íris, que aparece no céu depois da chuva, é um lembrete lindo e colorido do grande amor de Deus por todos nós.