José do Egito

José do Egito

Era uma vez, há muito tempo, em uma terra distante, vivia um homem chamado Jacó, que também era conhecido como Israel. Jacó tinha doze filhos, mas um deles era muito especial para ele: seu filho mais novo, José. José era o filho da velhice de Jacó, e por isso, ele o amava mais do que a todos os seus outros filhos. Para mostrar seu grande amor, Jacó fez para José uma túnica muito bonita, com muitas cores vibrantes, como um arco-íris.

Essa túnica colorida era um sinal do amor especial de Jacó por José. Mas, infelizmente, os irmãos de José não gostaram nada disso. Eles sentiam muita inveja de José. Eles viam o quanto o pai o amava e como ele era tratado de forma diferente, e isso os deixava com o coração cheio de ciúmes. A inveja é um sentimento que faz a gente querer o que o outro tem, e pode nos levar a fazer coisas que não são boas.

Além da túnica, José tinha outra coisa que incomodava seus irmãos: sonhos especiais. José sonhava e seus sonhos eram muito vívidos e pareciam ter um significado. Um dia, José contou aos irmãos um sonho que teve: “Sonhei que estávamos amarrando feixes de trigo no campo, e o meu feixe se levantou e ficou em pé, e os feixes de vocês se curvaram diante do meu!” Os irmãos ficaram ainda mais irritados. “Você acha que vai reinar sobre nós?”, perguntaram eles, com raiva.

Outro dia, José teve outro sonho e o contou a seu pai e irmãos: “Sonhei que o sol, a lua e onze estrelas se curvavam diante de mim!” Seu pai o repreendeu, dizendo: “O que significa esse sonho? Será que eu, sua mãe e seus irmãos vamos nos curvar diante de você?” Mas Jacó, mesmo repreendendo, guardou essas palavras em seu coração, pensando que talvez houvesse algo de especial nos sonhos de José. Os irmãos de José, porém, odiavam-no ainda mais por causa de seus sonhos e de suas palavras.

A Jornada Inesperada de José

Um dia, os irmãos de José foram apascentar as ovelhas de seu pai em um lugar mais distante. Jacó pediu a José: “Vá ver como estão seus irmãos e as ovelhas, e traga-me notícias.” José, obediente, partiu em busca de seus irmãos.

Quando os irmãos de José o viram se aproximando de longe, com sua túnica colorida, começaram a conspirar. “Lá vem o sonhador!”, disseram uns aos outros. “Vamos matá-lo e jogá-lo em uma cisterna. Diremos ao nosso pai que um animal selvagem o devorou. E veremos o que será de seus sonhos!” Que plano terrível!

Rúben, o irmão mais velho, não queria que José morresse. Ele disse: “Não derramemos sangue. Apenas joguem-no nesta cisterna aqui no deserto, mas não o machuquem.” Rúben planejava voltar mais tarde e tirar José da cisterna para levá-lo de volta ao pai.

Então, quando José chegou perto, os irmãos o agarraram, tiraram sua linda túnica colorida e o jogaram na cisterna, que estava vazia. Enquanto estavam sentados para comer, viram uma caravana de mercadores ismaelitas vindo de Gileade, que estavam indo para o Egito.

Judá, outro irmão, teve uma ideia: “Que proveito teremos em matar nosso irmão e esconder seu sangue? Vamos vendê-lo a esses ismaelitas. Assim, não levantaremos a mão contra ele, afinal, ele é nosso irmão.” Os outros irmãos concordaram. Então, eles tiraram José da cisterna e o venderam por vinte moedas de prata aos mercadores. Que tristeza! José foi levado para o Egito, uma terra desconhecida.

Os irmãos de José, para enganar o pai, pegaram a túnica colorida de José, mataram um bode e mergulharam a túnica no sangue. Eles a levaram a Jacó e disseram: “Encontramos isso. Veja se é a túnica de seu filho.” Jacó reconheceu a túnica e ficou desesperado. “É a túnica do meu filho! Um animal selvagem o devorou! José foi despedaçado!” Jacó chorou muito e se recusou a ser consolado, pensando que seu amado filho estava morto.

A Ascensão no Egito

No Egito, José foi vendido como escravo para um homem importante chamado Potifar, que era o capitão da guarda do faraó. Mesmo sendo escravo, José não perdeu a fé em Deus. E Deus estava com José! Tudo o que José fazia dava certo. Potifar percebeu que Deus abençoava José e o colocou como responsável por toda a sua casa e por tudo o que ele tinha. José era muito inteligente e trabalhador.

Mas a esposa de Potifar, que era uma mulher má, tentou enganar José e fazer com que ele fizesse algo errado. José, porém, era um homem justo e temente a Deus. Ele se recusou a fazer o que ela pedia e fugiu dela. A mulher, com raiva, mentiu para Potifar, dizendo que José havia tentado machucá-la. Potifar, acreditando em sua esposa, ficou furioso e mandou prender José na prisão.

Mesmo na prisão, Deus continuou com José. O chefe da prisão percebeu que José era especial e o colocou como responsável por todos os outros presos. Na prisão, José conheceu dois homens que trabalhavam para o faraó: o copeiro-mor e o padeiro-mor. Ambos tiveram sonhos estranhos, e José, com a ajuda de Deus, conseguiu interpretar seus sonhos. O copeiro-mor seria restaurado ao seu cargo em três dias, e o padeiro-mor seria enforcado em três dias. E tudo aconteceu exatamente como José havia dito.

José pediu ao copeiro-mor que se lembrasse dele quando fosse libertado, mas o copeiro-mor se esqueceu de José por dois anos.

Então, um dia, o próprio faraó do Egito teve dois sonhos muito estranhos que ninguém conseguia interpretar. Ele sonhou com sete vacas gordas que subiam do rio, e depois sete vacas magras e feias que subiam e devoravam as vacas gordas. No segundo sonho, ele viu sete espigas de trigo cheias e bonitas, e depois sete espigas secas e queimadas que devoravam as espigas cheias.

Ninguém no Egito conseguia explicar os sonhos do faraó. Foi então que o copeiro-mor se lembrou de José na prisão! Ele contou ao faraó sobre José, e o faraó mandou chamá-lo imediatamente.

José, tirado da prisão, foi levado diante do faraó. O faraó contou seus sonhos, e José disse: “Não sou eu quem pode interpretar, mas Deus dará uma resposta ao faraó.” E José interpretou os sonhos: as sete vacas gordas e as sete espigas cheias representavam sete anos de muita fartura no Egito. As sete vacas magras e as sete espigas secas representavam sete anos de muita fome que viriam depois.

José aconselhou o faraó a escolher um homem sábio e inteligente para governar o Egito e guardar a comida durante os sete anos de fartura, para que houvesse o suficiente para os sete anos de fome. O faraó ficou impressionado com a sabedoria de José e disse: “Onde encontraremos um homem como este, em quem está o Espírito de Deus?”

Então, o faraó fez de José o segundo homem mais poderoso do Egito, logo abaixo dele! José recebeu um anel do faraó, roupas finas, um colar de ouro e um carro para andar. Ele tinha apenas trinta anos quando se tornou governador do Egito. José viajou por toda a terra, guardando a comida em grandes celeiros durante os sete anos de fartura.

O Reencontro e o Perdão

Quando os sete anos de fome chegaram, a fome era muito grande em todas as terras, mas no Egito havia comida, graças à sabedoria de José. As pessoas de outras terras vinham ao Egito para comprar alimento.

E adivinha quem apareceu um dia no Egito para comprar comida? Os irmãos de José! Eles não o reconheceram, pois José estava vestido como um governador egípcio e havia crescido muito. Eles se curvaram diante dele, exatamente como nos sonhos de José!

José os reconheceu, mas não disse quem era. Ele os testou, para ver se haviam mudado. Ele os acusou de serem espiões e os fez trazer o irmão mais novo, Benjamim (que era filho da mesma mãe de José e que não estava com eles quando o venderam).

Depois de muitas idas e vindas, e vendo o arrependimento e a preocupação de seus irmãos uns pelos outros, José não conseguiu mais se conter. Ele mandou todos os egípcios saírem da sala e, chorando muito, revelou-se a seus irmãos: “Eu sou José, seu irmão, a quem vocês venderam para o Egito!”

Os irmãos ficaram apavorados, pensando que José se vingaria. Mas José os consolou: “Não se entristeçam nem se culpem por terem me vendido para cá, pois foi para preservar vidas que Deus me enviou adiante de vocês. Deus me enviou à frente de vocês para lhes preservar uma descendência na terra e para lhes salvar a vida com um grande livramento.”

José os perdoou de todo o coração. Ele os abraçou e chorou com eles. Depois, mandou que fossem buscar seu pai Jacó e toda a sua família para viverem no Egito, onde teriam comida e proteção.

Assim, Jacó e toda a sua família desceram para o Egito e se reencontraram com José. Foi um momento de muita alegria e emoção. A história de José nos ensina sobre a importância do perdão, mesmo quando fomos muito machucados. Nos mostra que Deus tem um plano para cada um de nós, mesmo quando as coisas parecem difíceis e injustas. E que Ele pode transformar o mal em bem, usando até mesmo as coisas ruins que acontecem para cumprir Seus propósitos. José, o sonhador, se tornou um salvador, tudo por causa de sua fé e da fidelidade de Deus.

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