Os doze irmãos
Era uma vez um rei e uma rainha que viviam felizes com seus doze filhos. Os meninos eram tão unidos que todos usavam camisas iguais e eram a alegria dos pais. Mas um dia, o rei, desejando uma herdeira para o trono, expressou seu temor de que o próximo bebê fosse outro menino. Ele queria que, se fosse uma menina, ela fosse a única a herdar o reino.
A rainha, preocupada com o futuro de seus filhos, contou tudo ao filho mais velho, Benjamin. Ela prometeu que, se o bebê fosse um menino, hastearia uma bandeira branca na torre do castelo, mas se fosse uma menina, a bandeira seria vermelha. Assim, os irmãos saberiam se era seguro voltar para casa.
Quando o bebê nasceu, uma linda menina, a rainha, com o coração apertado, hasteou a bandeira vermelha. Benjamin viu o sinal e, com tristeza, avisou seus irmãos. Juntos, os doze irmãos decidiram partir para a floresta em busca de um novo lar.
No coração da floresta, encontraram uma casa encantada, vazia e esperando por eles. Ali, decidiram viver juntos, com Benjamin, o mais novo, cuidando da casa enquanto os outros irmãos saíam para buscar comida.
Anos se passaram, e a irmãzinha cresceu, tornando-se uma jovem gentil e curiosa. Um dia, enquanto ajudava a lavar a roupa, ela encontrou doze camisas de homem e perguntou à mãe de quem eram. A rainha, com o coração partido, contou à filha sobre seus doze irmãos e o motivo de sua partida.
A princesa, determinada a encontrar seus irmãos, partiu para a floresta, levando as doze camisas consigo. Após uma longa jornada, ela chegou à casa encantada e encontrou Benjamin. Ele a reconheceu pelo anel que ela usava, um presente de sua mãe.
Os irmãos ficaram radiantes ao rever sua irmã, mas se lembraram do pacto que haviam feito. A princesa, corajosa e leal, se ofereceu para ir embora, para que seus irmãos não precisassem quebrar sua promessa. Mas Benjamin, com o coração cheio de amor, a escondeu e convenceu seus irmãos a aceitá-la na família.
A princesa passou a viver com seus irmãos, ajudando Benjamin nas tarefas da casa e trazendo alegria para todos. Um dia, ela encontrou doze lírios encantados no jardim e, sem saber de seu poder, os colheu para presentear seus irmãos. No mesmo instante, os doze irmãos se transformaram em corvos e voaram para longe, desaparecendo com a casa e o jardim.
A princesa ficou sozinha na floresta, desesperada. Uma velha senhora apareceu e explicou que os lírios estavam ligados à vida dos irmãos e que, para desfazer o feitiço, a princesa deveria ficar em silêncio por sete anos, sem falar nem rir.
Determinada a salvar seus irmãos, a princesa subiu em uma árvore alta e lá permaneceu, fiando e esperando, sem proferir uma única palavra ou soltar uma única risada.
Um dia, um rei que caçava na floresta viu a princesa e se apaixonou por sua beleza. Ele a pediu em casamento, e ela, mesmo em silêncio, aceitou. No castelo, a princesa continuou em silêncio, mesmo após o casamento. A mãe do rei, desconfiada, começou a espalhar rumores sobre a jovem rainha, acusando-a de ser uma bruxa.
O rei, influenciado pela mãe, acabou cedendo e condenou a princesa a ser expulsa do castelo. No último dia dos sete anos de silêncio, enquanto a princesa se preparava para partir, ela terminou de fiar a última das doze camisas de urtiga que havia feito para seus irmãos.
Nesse momento, doze corvos apareceram e pousaram perto dela. A princesa, livre para falar, jogou as camisas sobre eles, e os corvos se transformaram de volta em seus irmãos! A princesa contou sua história ao rei, que, arrependido, baniu sua mãe e viveu feliz para sempre com sua amada esposa e seus doze cunhados.
E assim termina essa história mágica, lembrando-nos que o amor e a perseverança podem superar qualquer desafio. Que essa história embale seus sonhos e traga paz para sua noite. Durma bem e tenha lindos sonhos!
